sábado, 22 de novembro de 2014

Um medo real?

Pela primeira vez desde que estou com o Giu sinto um medo real. Estou atrasada para sair com ele mas preciso desabafar.

Hoje passei a manhã na rua com minha mãe e conversamos sobre várias coisas. Contei sobre ele coisas triviais, da sua infância, do que penso sobre seus pais e etc. Minha mãe, um tempo depois, qdo voltamos a falar sobre ele, me disse algo que eu ainda não tinha pensado mas que faz extremo sentido.

Pq a mãe dele não me convida para ir na sua casa? Pq não faz questão de estar conosco? Eles não saem tanto assim, que justifique. Nenhum de nós dois se oporia, pelo contrario; das vezes que saímos com eles o Giu adorou pois era uma chance de estar perto de todos que ele ama.

Minha mãe falou algo sensatíssimo: talvez ela ache que eu não sou para ele. Sim, eu sou inteligente, bonita, simpática, esforçada e etc, etc, etc. Mas eu não tenho sapatos de valor (uso CeA e mtos denunciam sua simplicidade), nenhuma roupa boa de verdade, bolsas de grife tb não. Tenho graves dificuldades para me portar à mesa e não sei mto bem lidar com todos aqueles talheres; pior: não sei cortar segurando a faca com a mão direita. Não imagino para que são todas aquelas taças e não sei beber delicadamente, nem mesmo um suco. Não tenho hábitos delicados nem trejeitos. Como bastante, não sou magra. Rio alto e sou espalhafatosa. Sou até um pouco vulgar na minha intimidade com as pessoas, no meu jeito de andar e, sem querer, de chamar a atenção de alguns homens. Não moro bem e nunca frequentei bons lugares na minha vida. Nunca viajei para fora do país. Na verdade, saí poucas vezes do Rio e só para conhecer parentes. Não falo inglês. Não tenho jóias. Meus pais não tem curso superior e não tem empregos bem remunerados ou de um alto convívio social. Não sei dirijir. Minha família não tem nada de valor para dar pra mim e ninguém pode arcar com custos de uma festa de casamento ou ajudar a comprar um apartamento. Sequer tenho uma mesa de jantar na minha casa. Sou curiosa demais. Não tenho um emprego estável e nem nunca tive, mesmo com 28 anos.

Talvez ela pense que não tenho nada de valor para oferecer ao filho dela. Tvz ele só esteja comigo pq sou bonitinha, divertida e outras coisas. Isso não significa que eu seja para casar. Homens não tem problema em casar tarde e se ele terminar comigo daqui um tempo, ainda terá idade suficiente para conhecer outra pessoa de um nível melhor e se casar com ela. Duvido que ela diga para suas amigas que faz gosto que nós fiquemos juntos. Veja, eu posto fotos muito expostas minhas no facebook. Sou infantil nas minhas declarações repetidas para ele.

Quem eu penso que sou?

O filho querido e tão bem educado, com excelentes perspectivas de vida. Eu sou só uma professora, sem emprego fixo, tentando fazer outra coisa da vida, que anda de ônibus apertado e suada, querendo subir na vida.

Talvez aquela ex namorada, filha de almirante, fosse uma melhor chance mesmo.... veja, ela já casou. Aquela daria gosto.... militar, bem nascida e criada.

Eu não sou nada disso e nem tenho mais como ser. Será que eu sirvo?

ACL

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Quando vc descobre que pode ser muito ruim

Poucas vezes tenho pesadelos, graças a Deus. Na maioria, eles costumam ser de coisas corriqueiras, tipo assalto ou alguém fazendo alguma coisa diretamente à mim.
Não me lembro de ter sonhado com algo que me fez sofrer tanto quando acordei. Dentro das minhas recordações, hoje foi o pior dia. E, por algum motivo, lembro de todo o final do sonho, que foi exatamente a pior parte.

Não sei mais como começou. Quando acordei, já não sabia mais.
Só sei a dor que ficou quando abri os olhos e ainda foi difícil me desvincular da realidade.
Agora que começa a passar.

Do ponto que me lembro, não sei mais se eu sabia ou ele me contava que estava doente. Não sei o que era (não sabia nem no sonho). Há um salto e minhas lembranças chegam no momento em que descubro que ele morreu. Meu pior pesadelo acontece. Eu que tantas vezes me emocionei quando pensava que a Vivian perdeu o Diego, senti isso de modo muito real. Ele estava em casa mas não a casa dos pais dele e não sei que lugar era aquele mas não questionei em momento algum. Não houve enterro, não vi seu corpo.

Vi que ele morreu dormindo, como se tivesse entrado em coma.

Depois disso, como no "Ps: Eu te amo", começo a receber inúmeras mensagens dele. Um vídeo, acho um caderno que ele fez umas últimas anotações, sem grandes pretensões, e outras mensagens. Quase morro de tanto chorar a cada uma.

Dou um novo salto e vou parar na Puc. Em algum espaço que (juntando com a realidade), não sei se existe e não me lembro de ter passado em local parecido. Estou apertada para fazer xixi e encontro com algumas meninas em uma sala (?!). Elas começam a rir de mim, pq fiz xixi fora do copo (???) e explodo. Digo que meu namorado morreu e uma delas continua rindo. Depois de alguns minutos vejo que elas estão perplexas e saio.

Chego a um hall que tem muitas escadas, que dão para lugares diferentes. Eu já tenho um pacote nas mãos. Falo com um homem que preciso usar o banheiro e desço uma escada.

Dá um salto e chego na casa dos pais dele (mto diferente da realidade) mas eles não estão. Estou pegando uma roupa minha (?) numa gaveta e saindo do banho, não sei para ir para onde.

O tempo todo eu sinto dor. Uma dor real, que ainda estou sentindo. A dor da perda.
Meus pensamentos giram em torno de: não é possível; agora que eu encontrei meu grande amor, vou perdê-lo?; não pode ser real; pq vc fez isso comigo?; pq eu não passei os últimos dias com ele mas sim me preocupando em estudar e trabalhar?; minha felicidade acabou!; preciso ligar para a Vivian; eu demorei tanto para encontrá-lo, meu Deus... pq?

E então meu despertador tocou e eu acordei, com o coração doendo (como ainda está), querendo chorar muito, mesmo sabendo que nada daquilo era realidade.

Eu sonhei meu pior pesadelo real.

Deus nos livre e guarde.

ACL