quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Desde que comecei a escrever aqui, vivi muitas coisas. Vivi amores, desilusões, decepções.... esperanças.

Comecei pensando em como fazer o Paulo voltar para mim e isso diz muito sobre o título do blog. Mas a vida caminhou, ele não voltou e aprendi a viver o (novo) trajeto que a vida me mostrou. Foi fácil? De forma alguma, mas sobrevivi e tenho certeza que fiquei mais forte. Criei uma couraça e fiquei menos mole, até menos doce. 

Hoje parece que encerro outro capítulo da minha história. Encerro a seção  "Giuseppe". 

Ainda não imagino a dor que hei de sentir, pois sei que isso é o início de uma avalanche que virá. Ele conquistou meu coração e meus projetos mais íntimos de família. Ele, sem nem imaginar, resgatou muito daquela Luana sonhadora e amorosa do início dos 20 anos. Ele também matou essa Luana pouco a pouco e hoje não resta quase nada. 

Hoje começa a nossa despedida. Hoje minha estrada segue outro rumo e tenho fé que dos céus alguma luz vai me guiar.

ACL

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Como é não se sentir inadequada?

O fim de domingo normalmente guarda um sentimento melancólico. O fim do que me dá prazer em prol das obrigações, a privação de sono, a correria, os ônibus e as horas dirigindo, a distância dele...

Costumo não reclamar da segunda-feira e muito menos de ter trabalho mas, sem motivo aparente, ontem foi um fim esquisito. Meu peito estava apertado, com uma angústia inexplicável. E, desde então até agora, resta um sentimento... a inadequação.

Percebi que me sinto inadequada desde muito cedo. Quando criança, ouvia tantas reclamações de minha mãe relativas ao meu comportamento, a minha falta de interesse pelos estudos, ao fato de ser relapsa com minhas coisas que era uma filha inadequada. Na adolescência, claro, isso se exacerbou. Por um bom tempo, um corpo inadequado. O comportamento, bem, esse é até difícil de mensurar. Difícil era quando estava fazendo algo certo. Ok, é bem verdade que muitas vezes eu era a culpada, mas em outras tantas, acho que não.
E, enfim, a vida adulta. Aqui, um parênteses. 

(Quando foi que virei adulta? Pq, muitas vezes, meu coração não bate como um coração adulto? Pq quero viver essa vida mas tenho sentido tanto medo?)
O corpo oscilou muito e é cada vez mais difícil controlá-lo. O humor mudou, tornou-se instável. O amor próprio foi minando (dentro de mim; ninguém além de nós precisa saber disso). Cada vez me reconheço menos e não encontro uma nova Luana. 

Resto aqui, com essa angústia, incompreendida, incompreensível, amargurada, dolorosa e.... inadequada. 

ACL