domingo, 10 de abril de 2016

Tudo e nada

Sabe o que eu descobri. Que estou infeliz. Tá... talvez não tenha muito de novidade nisso mas agora é real, palpável e, principalmente, doído.

Sempre achei que a vida adulta me faria mais feliz, pois ela me traria algo que a adolescência não me deu: liberdade. Daí, descobri que não sabia usar a liberdade e doeu.

Depois achei que a trabalhar com o que se ama traria felicidade e descobri que desde que isso não consuma 80% do seu tempo. Se for assim, vc será infeliz pq não tem tempo. Se for o contrário, será infeliz pq não terá dinheiro.

Então, achei que as coisas melhorariam quando eu andasse menos de ônibus e tivesse meu carro. Aquela euforia e momento feliz começaram a minguar quando vieram todas as contas para pagar no primeiro semestre e o fato de que não posso usar sempre exatamente pq ele ainda é caro. Assim, vem um momento de infelicidade.

Pensei que se fosse magra seria mais feliz. Vi que não suporto os sacrifícios muito tempo e fico infeliz com esse vai-e-vem do peso.

Achei que dinheiro fosse resolver todos os meus problemas. Mas vi isso significava trabalhar muito e,então, esse dinheiro perdeu o sentido pq me tirou as horas de sono, a paciência, o amor, o carinho, a saúde, as horas de almoço, o tempo da academia, o papo com os amigos, as horas no salão, as leituras relaxantes.

Pensei que roupas , sapatos e bolsas legais me fariam sentir melhor. Mas nada serve pq engordei ou quando serve, não tenho tempo pra usar pq estou ocupada trabalhando.

Achei  que felicidade era encontrar o amor da minha vida. Percebi que, depois de um tempo,  começo a ficar de saco cheio e aquele encantamento, transformo em cobranças por algo melhor. Mas esse melhor, pra mim, nunca chega.


No fundo, nem isso nem tantas outras coisas realmente me fazem feliz. Mas nem a falta delas e o estado anterior à tudo isso me fazia feliz. Então, fica a pergunta... como deixar esse vazio e essa infelicidade constante de lado?

O que fazer com todas essas lágrimas?

ACL