segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Livro

Normalmente não costumo deixar livros para trás. Tenho uma sensação de que se comecei uma leitura, devo ir até o fim, mesmo que seja desinteressante (o que é bem curioso pq, de modo geral, não costumo me sentir tão culpada por não terminar algumas coisas).

Me lembro bem que comecei a ler o livro "A Procura da Felicidade" quando ainda tinha uns 16-17 anos. Levava pra academia e ficava na bicicleta enquanto lia. Sempre gostei dele mas por motivos desconhecidos, nunca cabei. Retomei outras vezes mas sempre deixava, seja por outro livro ou não.

Dessa vez resolvi começar e terminar. Curioso pois sei que cheguei à metade do livro em algum momento mas tudo me parecia novo (ainda que os ensinamentos em si do Dalai Lama não sejam nenhuma grande novidade).

Tem algumas partes que tem me feito pensar muito em uma característica negativa minha, que é o rancor. Infelizmente, meus pais são assim; principalmente minha mãe. Creio que isso foi fundamental para que eu também seja assim. Já fui pior e sinto que hoje em dia melhorou muito.

Porém, existem ressentimentos que guardo e me incomodam que ainda estejam dentro de mim. Claro, eles remontam ao meu ex menos esquecido. Na verdade, não com ele especificamente, mas a pessoa que me faz desviar a "culpa" de mim mesma com relação ao nosso término.

Por muito anos repeti para quem quisesse ouvir que Juliene era a única pessoas por quem eu nutria verdadeira raiva, quase ódio e que nunca mais gostaria nos cruzássemos. A culpa era dela, foi ela quem deu o pontapé inicial e se não fosse ela, talvez nós estivessemos juntos. Mentira.

Paulo terminou comigo pq eu menti e essa é a verdade que não gosto de aceitar. Se ela contou ou não o que eu escondia, provavelmente um dia ele ficaria sabendo, por mim ou até mesmo por outra pessoa. E, se não ficasse sabendo nunca, será que eu conseguiria viver com essas mentiras entre nós? Claro, são perguntas eternamente sem respostas mas tudo isso me leva a aceitar mais calmamente que tudo ocorreu majoritariamente por mim e não por outra pessoa. Isso não retira o fato dela ter sido desleal comigo, mas isso são outros 500.

Aos poucos e não somente desde a leitura do livro, tenho tentado manter esses pensamento de que ela não é a pior pessoa do mundo, aquela que merece todo o sofrimento e etc. Ela errou e se reconhece o erro também não me importa. Mas eu também errei e sempre me vi no direito de ser feliz, apesar disso. Logo, o mesmo vale pra ela (e pra qualquer pessoa, na verdade).

Fiquei muito magoada pq meus amigos da UERJ resolveram comemorar nosso 'aniversario' de 10 anos de amizade justo no dia do meu aniversário. Eles quiseram fazer um picnic e eu disse que não poderia pois teria um almoço em família. Mas eu já sabia que não teria almoço, apenas queria que eles não fizessem no dia do meu aniversário, pois não queria "competição". No final, houve a festa, eles ficaram chateados comigo pois fui intransigente. E eu estou errada. Não tenho o direito de achar que meu aniversario é mais importante do que a comemoração em grupo. Pode ser pra mim e pra mais alguém, mas naõ pra todos. E eles não estão errados. E eu que saí perdendo, pois poderia ter comemorado com eles de manhã, tranquilamente. Teria sido um dia ainda mais feliz do que foi. E minha tendência seria não falar mais com eles ou não querer marcar nda. Mas isso não vai me levar a lugar algum.

Talvez a viagem tenha acalmado meu coração e tenha me deixado leve e isso esteja me ajudando a ter esses pensamentos positivos. Mas, como diz o Dalai Lama, não é pensar positivamente sobre algo uma vez ou duas ou talvez até 10 que vai mudar seu comportamento. Mas pensar constantemente e não deixar de se esforçar nesse caminho.
Estou tentando segui-lo.

ACL


sábado, 8 de agosto de 2015

aniversário

Hoje é praticamente o dia oficial da alegria!

Hoje é um dos dias que mais espero no ano, junto com Páscoa e Natal. É um dia que me sinto especial, sim. Gosto de comemorar, gosto de ganhar parabéns, gosto de ganhar beijos e abraços. É meu dia, dentro de tantos outros.

Só que quase sempre também é um dia de melancolia. Seja pq não há mtos motivos aqui em casa para comemorar, seja pq acabo me lembrando de quem não devia.

É interessante como o sentimento com relação ao Paulo ficou pra trás mas meu aniversário é uma data em que lembro dele todos os anos. Talvez pq ele fosse o rei das surpresas e presentes diferentes e isso sempre será algo que o diferenciará pq era uma das suas maiores qualidades: a capacidade de surpreender positivamente.

Hoje quis fazer uma postagem sobre os 10 anos que entrei na UERJ e fui procurar nos meus arquivos de fotos uma do meu primeiro dia de aula, quando fui pedir dinheiro na rua. Na pasta onde ela fica, que chamo de "Antigas", existem fotos que não gosto de olhar. São minhas, onde só eu apareço mas elas mostram uma outra Luana. Um sorriso e um olhar que não existem mais. Sonhos e esperanças que se perderam e não falo só por conta dele mas mto por conta do que vi em casa e das alegrias que fui deixando para trás. Lembro de dias felizes e alegres ao lado dele e até hoje essas lembranças são um pouco confusas. Não sei se fico feliz por lembrar delas, se me esforço para lembrar daquelas que são um pouco nebulosas ou se deixo toda essa poeira embaixo do tapete, que é onde essas recordações passam a maior parte do tempo. Nunca vou conseguir jogá-las fora, até pq são parte da minha vida, mas não sei se um dia conseguirei conviver cem por cento bem com elas. Espero que sim.

No meio delas, quando não queria escrever aqui no blog ou antes de começá-lo, não lembro bem, há alguns arquivos de Word com coisas escritas, mais ou menos como os desabafos que faço aqui.

Revi um arquivo de uma das últimas conversas que tivemos por MSN antes da confusão do Carnaval de 2010 (uma data que sempre que aparece na minha lembrança, e esforço para tirá-la logo). Foi o dia em que briguei com ele pq não iríamos para Arraial do Cabo com a Nayra (se não me engano, foi por isso, pq a conversa está salva pela metade). Discutimos pq eu queria certeza (sempre quero) sobre o que fazer e ele estava me pedindo um tempo. Ele ficou aborrecido e eu, pra variar, não tive paciência e falei, falei, falei, falei, falei e falei.

É muito importante pra mim ter essa conversa salva. Mostra o que eu fui durante os 6 anos em que estivemos juntos. Mimada, enjoada, egoísta, mandona. Mostra alguns dos grandes motivos por termos acabado, que não foram exatamente meus rolos mas meus comportamentos. Mostra aquilo que eu ainda sou e preciso deixar de ser.

"Mas eu só queria saber o que faremos"
"Eu sempre tenho que pensar em tudo"
"Não importa se tem dinheiro, mas que vc tenha iniciativa de pensar em algo"

Começando no Paulo, passando pelo Leonardo e até hoje com o Giuseppe, tenho certeza que essas frases, que estão naquela conversa, são repetidas mais do que deveriam.
Isso mostra que não consegui deixar de ser egoísta. Passaram-se 5 anos e ainda não mudei mta coisa em mim.

No mais, continuo querendo e lutando para hoje ser um dia majoritariamente feliz. É minha meta.
Na verdade, ser feliz apesar de tudo, sempre é minha meta.

:)

ACL