terça-feira, 8 de setembro de 2015

Por onde começar a pensar?

Semana passada, na segunda, fui conversar com a Melina. Quis resolver as coisas entre nós e também saber o que tinha acontecido com ela. Além da curiosidade, ainda há uma preocupação em mim com relação à ela; isso não é algo que se dissipa facilmente, apesar dos pesares.

O Ugo tinha uma amante, há quase um ano. 

Eu quase colocaria minha mão no fogo por ele. Até onde nosso contato permitiu, um namorado atencioso, presente, dedicado e tantos outros atributos que talvez tenham mascarado algo. Apesar dessa ser uma opinião unânime, às vezes tento buscar algo que não percebi. Sim, ele cansou de esperar e se deixou levar pela situação (bem, ao menos parece que foi isso). Uma mulher que ele era apaixonadíssimo, por quem esperou, que moveu a vida para ficarem juntos mesmo ele mudando de cidade, E mesmo nesse contexto aparentemente perfeito (e pode ser que esse tenha sido o problema), ele traiu. E tudo acabou sem a mágica com a qual começou.

E então, volto pra casa e converso com Giu sobre meus medos e sobre os "novos" medos que uma situação dessa me traz. Não, eu não preciso ter medo. Ele nunca terá uma amante. Ele nunca mentirá pra mim. Ele nunca esconderá algo. Com essa certeza em mente, me encho de confiança e seguimos a semana, rumo à viagem do feriado.

Como normalmente, estava muito, muito animada. O tempo estava uma porcaria, o que estragou bastante dos meus planos mas ainda sim, eram 4 dias com ele em um lugar que eu adoro. Dane-se o resto. 

Aquela manhã tinha sido especialmente divertida. Passamos muito tempo apenas brincando um com o outro, fazendo cócegas, conversando e falando bobagens até efetivamente levantar e sair para o café da manhã; As primeiras compras e a volta para a pousada também corriam na mais perfeita paz. Até aquela maldita foto.

Era só uma foto de uma menina com quem ele ficou. Nada demais. Não me interessa e não sinto ciúmes de quem passou. Era só dizer quem era e eu podia fazer uma brincadeira e acabou. Certamente eu ia ficar falando sobre a foto estar lá mas estava esquecida. Não seria nada demais. Só que ele enfiou os pés pelas mãos.

Na ânsia de consertar, errou e errou feio. Mentiu, tentou insistir na mentira e depois contar uma versão da mentira. Só que minha memória é boa e não costuma ser mto fácil me enganar. Para piorar, como ele foi pego de surpresa, a coisa ficou descarada. Um beijo eu um abraço para a felicidade que eu estava sentindo.

O restante do meu dia foi mau humorado, apesar de termos continuado a fazer alguns passeios. Naquele momento, me propus a não deixar de fazer o que eu queria, independente de qqr outra coisa. Me esforcei sinceramente para não ficar com a cara fechada e até esbocei alguns sorrisos. 

De volta, nenhuma menção a conversar e tentar resolver a questão. Deixa pra lá, vai que ela esquece, né?

Mas não esqueci, até agora. Ele pediu desculpas, chorou, disse que não vai fazer mais e todas aquelas coisas que as pessoas prometem sempre que são pegas mentindo ou fazendo alguma besteira. Agora, acreditar, são outros 500. Não que eu desconfie dele mas como confiar em alguém que mente por uma bobagem? Será que ele não será capaz de mentir por algo grande?

Aquele amor, todo o amor que eu amanheci sentindo aquele dia se dissipou que nem areia no vento. E agora eu nem sei por onde começar a catar o que restou.

ACL

Foi... e acabou.

Era uma quinta-feira normal, como muitas.

Na verdade, não tanto. Eu estava chateada pq meu cabelo estava feio. Meu humor não estava dos melhores. Eu com meu jeito mimado e infantil fiquei chateada pq achei que o Giu não deu atenção suficiente para isso. Deixei estar, para falar com ele melhor no dia seguinte.

Estudei na internet meios de amenizar a crise capilar e fui dormir com o cabelo com azeite, na esperança que ele amanhecesse mais hidratado. Na sexta começaria o dia dando aula para o primo Tadeu, iria para o Nova América dar aula pro Renan e achava que o Giu me pegaria lá para nos vermos, já que ficaríamos o fds sem nos vermos. Esse era o plano. Só que tudo mudou.

Mais ou menos às 1:40h da manhã minha mãe me acorda aos gritos. Minha tia havia telefonado dizendo que minha vó estava morrendo. Pulei da cama, vesti uma roupa, achando que ela deveria só estar passando mal e minha tia provavelmente exagerava um pouco. Quem dera.

No caminho até a casa da minha vó, encontramos meu pai, que tinha ido até lá e vinha em direção à nossa casa. Corremos. Ele disse que não precisava correr. Por uma fração de segundos pensei que tudo tinha se resolvido mas essa sensação durou exatamente esse tempo. De fato, não havia mais nada. Vovó tinha morrido.

É uma sensação que acredito que nenhuma pessoa possa explicar. Uma pessoa que vc ama loucamente, que é das mais importantes na sua vida e que estava aparentemente bem dois dias antes morre de uma hora pra outra. O que fazer?
Doeu uma dor que não senti quando meu avô se foi. Ele já era esperado pois estava internado. Sabíamos que ele iria, era questão de pouco tempo. Vovó não.

Chegar na casa dela, minha tia desesperada, meu pai um pouco transtornado e minha vó morta na cama no quarto. Não entrei pq não queria essa recordação. Já me bastava o que eu sabia que viria pela frente.

Daí em diante, a sexta e o sábado foram dias confusos. Dor, conformidade, tristeza, desespero, descrença... tantos sentimentos que é difícil de falar

Agora ficou o vazio. Um vazio que está doendo imensamente. E  uma dor diferente daquela que senti no velório ou no enterro. Agora é aprender a conviver com ela.

O que me conforta é saber que ela foi dormindo. Seu coraçãozinho parou de bater, acredito, antes que ela pudesse se dar conta. Quando acordou, já estava no Nosso Lar, junto do vovô e da sua família, sendo confortada. E ela estava feliz. Um pouco apreensiva por conta do cisto nas cordas vocais mas feliz. Eu fui na terça e papai foi comer pastel na quinta.

Uma pena que eu mostrei o terço que comprei em Aparecida mas não deu tempo de devolvê-lo bento. Mas ele foi com ela.

ACL