segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Como é não se sentir inadequada?

O fim de domingo normalmente guarda um sentimento melancólico. O fim do que me dá prazer em prol das obrigações, a privação de sono, a correria, os ônibus e as horas dirigindo, a distância dele...

Costumo não reclamar da segunda-feira e muito menos de ter trabalho mas, sem motivo aparente, ontem foi um fim esquisito. Meu peito estava apertado, com uma angústia inexplicável. E, desde então até agora, resta um sentimento... a inadequação.

Percebi que me sinto inadequada desde muito cedo. Quando criança, ouvia tantas reclamações de minha mãe relativas ao meu comportamento, a minha falta de interesse pelos estudos, ao fato de ser relapsa com minhas coisas que era uma filha inadequada. Na adolescência, claro, isso se exacerbou. Por um bom tempo, um corpo inadequado. O comportamento, bem, esse é até difícil de mensurar. Difícil era quando estava fazendo algo certo. Ok, é bem verdade que muitas vezes eu era a culpada, mas em outras tantas, acho que não.
E, enfim, a vida adulta. Aqui, um parênteses. 

(Quando foi que virei adulta? Pq, muitas vezes, meu coração não bate como um coração adulto? Pq quero viver essa vida mas tenho sentido tanto medo?)
O corpo oscilou muito e é cada vez mais difícil controlá-lo. O humor mudou, tornou-se instável. O amor próprio foi minando (dentro de mim; ninguém além de nós precisa saber disso). Cada vez me reconheço menos e não encontro uma nova Luana. 

Resto aqui, com essa angústia, incompreendida, incompreensível, amargurada, dolorosa e.... inadequada. 

ACL


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